A maneira que os búfalos (e bisões) se juntam no frio inspirou os bombeiros a apelidar os curiosos de "fire buffs" (Smithsonian Channel) O historiador é um profissional formado por uma universidade. Já o que os americanos chamam de "history buff" é um conhecedor de história porque ama a história, viaja para aprender história, gasta seu dinheiro comprando coisas ligadas à história. Por isso o ditado, "Não se treina um "buff", ele nasce" (A buff is not trained, but born / Robert W. Masters, 1967). O termo "history buff" é quase um "bullying". E não nasceu na área da história. Nasceu nos quartéis de bombeiros dos EUA especialmente Chicago e Nova York. Uma das boas coisas dos Estados Unidos é a oportunidade para a fábrica de hobbies que viram paixão. Observar passaros, observação astronômica, observação e catalogação de cachoeiras e cataratas, a paixão por aviões e a fotografia em aerportos (todo aeroporto sério deixa uma área para a bisbilhotagem aeronáutica) e neste caso, a paixão pelo trabalho dos bombeiros. Os praticantes deste hobby tinham radios de várias faixas de preço sintonizados na frequência de bombeiros. Muitas vezes quando os bombeiros chegavam no local do sinistro, eles já estavam. No inverno, às vezes cobertos de neve vestindo uns casacões enormes e amontoados para compartilhar o calor eles eram vistos pelos bombeiros. Um dia, um bombeiro disse: parecem uns búfalos amontados no frio. Pronto a imagem pegou. Fã das artes bombeiras ganharam o nome de búfalos. Mas apelido para ser bom tem que ser abreviado. Então de "buffalo", passou para "buff". Para diferenciar de búfalos do campo, o apelido completo ficou "fire buffs" - ou búfalos do fogo. Muita gente ganhou dinheiro escrevendo artigos e guias para fire buffs, discussão de equipamento etc. Na teoria, buff pode ser usado para qualquer fã. Mas ninguém sabe porque, a categoria que herdou o nome foi a galera dos amantes da história. Para esses, o nome ficou History Buffs e é para estes buffs que eu decidi criar este Travel Log (diário de Viagem). De alguma maneira me identifico com os history buffs, sem treinamento universitário e não muito impressionado com a história oficial. Turismo: herdeiro dos buffs O grupo que parece ter herdado esse nome foram os turistas em longas viagens ou em suas próprias comunidades caçando história. Eles visitam campos de batalha, vão ver arqueólogos trabalhando no campo, vão ver cidades antigas. Daí viraram os "history buffs". Por isso os municípios e estados que possuem história, devem pensar nos "buffs" e se prepararem para atendê-los. Eles nem sempre são professores de história ou historiadores. Eles são curiosos e amantes da história. São amadores sem significar que são "jecas". Dê um olhada no Google em inglês e pesquise: history buff tours, por exemplo. Amantes de futebol podem ser torcedores (hinchas), quem gosta de fotografar e corujar a vida privada de aviões em aeroportos são "spotters", quem viaja para observar pássaros são "birdwatchers" ou "twitchers" "birders", passarinheiros ou ainda "pajareros" em espanhol. Quem bate pernas para aprender história e entender o mundo são os "History Buffs". Há quem viaje para ver eclipses, ou observar os céus, UFOS entre outras e há "history buffs" procurando a história de todos eles por exemplo: lugares históricos onde começou a observação de aves. Quem inventou o primeiro livro de pássaros aí você pode querer conhecer o ateliê de Roger Tory Peterson. Será que preservaram? Se não preservaram como vamos saber a história dele e do hobby? E aproveitando, lembramos que no dia 28 de agosto de 2023 (este mês), o espaço cultural no link acima celebrará o 115º aniversário do nascimento de Roger Tory Peterson. O que você encontra neste blog Ofereço ideias de aventuras para history buffs na América do Sul por uma visão especial que adquiri ao longo da vida. Por esta visão e em relação a este blog, eu escolhi um tema: os jesuítas em geral na América do Sul. Na realidade, não na América do Sul inteira mas sim na parte da América do Sul que está dentro das Bacias Amazônica e do Prata. Essas são minhas bacias. Vivi e vivo dentro delas e elas são extensas. Na Bacia do Prata, dividida em duas partes, este Travel Log destaca 1) os remanescentes dos 30 Povos das Missões Jesuítico-Guaranis dependentes de Assunção e 2) os 10 Povos originados das Missões Jesuítico-Chiquitanas da planície boliviana ligadas às terras pantaneiras no Departamento de Santa Cruz, o maior do País, dependentes na época do vice-reinado do Peru. E na Bacia Amazônica? De novo, na Bolívia. No Departamento de Beni por onde correm os rios que viajam em direção aos rios Madeira e Mamoré além no rio Guaporé. Todos compartilhados com o Brasil no Estado de Rondônia.
Padre Samuel Fritz No rio Amazonas (Solimões) minha atenção se volta para o que se chama de Alto Solimões na antiga área de disputa entre Portugal e Espanha. Tabatinga, Amazonas começou de uma escola jesuita seguida por um forte militar dedicado a São Francisco Xavier. Jesuítas, espanhóis e e portugeses na Amazônia, autores das fronteiras atuais. O nome de destaque aqui é o do padre Samuel Fritz. Ele foi o autor do primeiro mapa de navegação do Rio Amazonas. Jackson Lima, Jornalista de Turismo / Tourism Writer / Tetã Jehechauka Haihára |