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quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Um Santo Católico nas Cataratas do Iguaçu, valeria um filme


Um santo católico que conheceu as Cataratas
San (São) Roque González de Santa Cruz na Igreja Matriz da Paróquia San Lucas, Ciudad del Este Paraguai (Região Trinacional)  


Estou fazendo esta postagem inspirado pelo histriador, museólogo e em breve doutor em arqueologia Pedro Louvain que está sacudindo a poeira desta área em Foz do Iguaçu. Ele, inclusive, está cedido pela UNILA ao Parque Nacional do Iguaçu. 

O mestrado do Pedro Louvain foi sobre a Missão Santa Maria do Iguaçu. O trabalho tem 436 páginas. Se chama A Missão de Santa Maria do Iguaçu, Trajetórias e Relações de Contato. Conversando com o Pedro Louvain, ele me disse que Foz do Iguaçu precisa conhecer Roque Gonzalez de Santa Cruz. 

Falando para as pessoas que o escutam e não são poucas Louvain pergunta: que Santo Católico conheceu as Cataratas do Iguaçu, navegou no Iguaçu, ficou dias em Santa Maria do Iguaçu? 

Resposta, Roque González de Santa Cruz. Dois anos após a viagem relatada na dissertação ele foi morto no Rio Grande do Sul na tentativa de fundar a missão Todos los Santos de Caaró. Foram martirizados Roque González e seu companheiro o padre Alonso Rodríguez Olmedo en Caaró. Um dia depois morria o jesuita Juan del Castillo. Caaró  fica hoje hoje na cidade de Caibate (RS) / Ka'ayvate ou Ka'a Yvate em guarani. São Roque Gonzalez nasceu em Assunção. É o primeiro santo do Paraguai. 

Nota: Si Roque Gonzalez esteve em Santa Maria do Iguaçu, também esteve em Natividad del Acaray (Hernandárias), Jesús del Monday  

 

terça-feira, 24 de setembro de 2024

As províncias chamadas Misiones: as atuais e a antiga


Região da antiga Paraquária (até 1767), substituída pela Província Espanhola das Missões (1608-1820) destacada por uma linha vermelha pontilhada sobre um mapa atual. Porto Alegre e Foz do Iguaçu, por exemplo, eram parte da Província  

Mapa da mesma região mostrando com manchas verdes os antigos ervais (yearbales) do atual Oeste do Paraná a Porto Alegre e Yapeyu, daí aos rios Paraguai, Iguaçu. Vê-se também as estâncias jesuítas   


Por Jackson Lima

Há no Mercosul duas divisões político-administrativas chamadas Misiones. Uma na Argentina. Outra no Paraguai. O Brasil, não quis saber de ter nada oficialmente chamado Misiones ou Missões. 

Por exemplo: o conflito territorial Brasil-Argentina (ou Argentina-Brasil) pelo espólio das Terras das Missões entre 1890 e 1895 foi chamado Cuestión de Misiones pelos argentinos e Questão de Palmas pelo Brasil. Por que Palmas em vez de Missões? 

No fundo foi um esforço bem sucedido de fazer o brasileiro de hoje esquecer essa história de Misiones ou Missões assim apagando da memória o fato de que houve um dia uma região "jesuíta".  

Mas mesmo assim, os gaúchos do Rio Grande do Sul mantêm na memória a ideia de uma Região Missioneira. É uma região Turística oficial do Estado composta por 46 municípios*. Sete deles foram diretamente originados das terras das Missões Jesuítcas. Os gaúchos do RS trabalham muito para atrair a atenção turística, cultural e econômica para a região Missioneira, também chamada Ciurcuito Missioneiro, Caminho Missioneiro e Rota Missioneira entre outros.    

A Provínica de Misiones, Argentina, tem hoje 29.801 quilômetros, quadrados. O Departamento de Misiones, no Paraguai tem 9. 556 km². Juntos os dois medem  39.357 quilômetros quadrados. Isso é muito ou pouco?  Comparado com o que foi, não é nada.

Não é nada comparadas com as divisões político-administrativas e religiosas que exisitiram anteriormente como a Paraquária até a expulsão dos Jesuítas do mundo espanhol em 1767. .    

Mapa Paraqvaria vulgo Paraguay
cum adjacentibus
(
O mapa Paraquaria vulgo Paraguai de 1665, criado por Joan Blaeu e Geraerd Goeck, Amsterdam / medidas 45 x 55 cm. 

Com a saída dos jesuítas e sua organização político-economico-cultural e religiosa ficou um vazio em toda a extensão das terras da Paraquária. A Espanha não querendo repetir o "erro" de ter a influência religiosa de volta no território orgaizou um governo civil, laico, criando assim a Província de Misiones a ser administrada por um Governo das Missões Guarani (Gobierno de las Misiones Guaraníes) que respondeu também pelo nome de Gobierno político y militar de los Treinta Pueblos de las Misiones Guaraníes (Governo político e militar dos Trinta Povos das Missões Guaranis). Este governo durou até 1820 com o fim das campanhas Luso-brasileiras (1816-1820) iniciadas em São Borja.   

Todos os conflitos que aconteceram nos anos 1800 após essa data inclusive a Guerra da Tríplice Aliança tinham como alvo concretizar a nova divisão das terras deixadas pelas missões jesuítas na área do antigo Governo político e militar dos Trinta Povos das Missões Guarani.

Bandeira da Priovíncia de Misiones ou Província dos 30 Povos das Missões /  Misiones (1767 -1820) do Governo Cívico Militar 


Algumas datas para que a gente veja no que deu:

1810 - Guerra da Independência Argentina

1811 - (Janeiro) Derrotada Expedição de Belragano ao Paraguai 

1811 - (Maio) Independência do Paraguai

1816 - Começam invasões luso-brasileira

1817 - Francisco das Chagas Santos destroi a Redução de Santa Maria la Mayor em sua segunda localização entre outras 

1820 - Fim oficial da Província dos 30 Povos das Missões 

1820 - Paraguai ocupa território de Misiones criando uma rota Itapúa - San Borja. Cria-se "Trinchera de los Paraguayos", futura Posadas  

1832 - Corrientes incentiva imigração de "argentinos" para o Norte da antiga Misiones oferecendo terras para quem quizesse explorar

1849 - Decreto paraguaio manda ocupar as missões entre o Paraná e o Uruguai

1864 - (14 de outubro) Começa a Guerra da Tríplice Aliança -Guerra Grande   

1865 - (Outubro 3 e 4) Argentina ocupa Trinchera dos Paraguaios  e Candelaria

1870 - (1º de Março) Termina a Guerra da Tríplice Aliança 

1876 - Paraguai entrega parte das terras das Missões à Argentina

1881 - Criado o Território de Misiones, Argentina após sua separação de Corrientes e dada a largada para a corrida da erva mate

1954 - Território de Misiones passa a ser Província de Misiones (Argentina), con capital en Posadas , ex- Trinchera de los Paraguayos, ex-Trinchera de San José 


NOTAS

P.S.: As imagens são de sites diferentes/ Buscando fontes 


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

O Texto "A Mãe Paraguaia" publicado na Harper's Weekly en Fevereiro de 1870

 

Harper's Weekly - Um jornal de Civilização
Nova Yrok, Sábado, 26 de fevereiro de 1870



PORTUGUÊS
O texto foi redigido pelos editores da revista para explicar a foto

A MÃE PARAGUAIA
Demos na página 133 uma ilustração desenhada por Sol Eytinger, a partir de um esboço do General M.MacMahon, ex-ministro dos Estados Unidos no Paraguai, que representa uma cena tocante frequentemente observada pelo General em sua jornada por aquela terra devastada e desgastada pela guerra. 

Descrevendo uma jornada feita alguns dias após a derrota do Exército Paraguaio pelas forças aliadas, ele diz que a estrada pela qual viajou apresentou um triste fluxo de famílias migrantes, todas as mulheres carregando fardos na cabeça. Em quase todos os casos, cada família carregava consigo uma imagem do Redentor, um crucifixo, uma Mater Dolorosa ou algum outro símbolo de sua fé religiosa. Ao longo da estrada, havia cruzes recém-erguidas, marcando os túmulos daqueles que haviam caído no caminho em sua cansativa peregrinação. 

Em muitos desses túmulos havia guirlandas frescas de flores, e às vezes crianças órfãs eram vistas ajoelhadas ao lado de uma cruz. Todos que passavam por essas cruzes descobriam suas cabeças com um sentimento e reverência nunca vistos neste país. Nem outra cena tocante era muito menos frequente - uma mãe caminhando separada de todas as outras, e carregando em um pedaço de tábua, sobre sua cabeça, o corpo de seu filho morto vestido para o túmulo. 

Às vezes, esse funeral simples era seguido por um único enlutado - outra criança - cujo rosto pálido e comprimido e membros frágeis diziam que a mãe logo teria outro fardo triste para carregar para o cemitério solitário. Nada poderia transmitir outra impressão vívida da miséria abjeta e da desolação trazidas à terra pela guerra do que a frequência desses espetáculos tristes.

A cena retratada por nosso artista foi uma de todas retratadas pelo General M'Mahon na jornada mencionada acima. Era quase noite e as longas sombras da mãe e da criança enlutada cambaleando atrás dela formaram a forma de uma cruz na estrada empoeirada - um incidente felizmente preservado em nossa ilustração.

INGLÊS / ENGLISH

THE PARAGUAYAN MOTHER 
We gave on page 133 an illustration drawn by Sol Eytinger, after a sketch by General M. MacMahon late (last) United States minister to Paraguay, which represents a touching scene frequently observed by the General in journeying through that war-worn and desolated land. 

Describing a journey made a few days after a defeat of the Paraguayan Army by the allied forces, he says the road by which he traveled presented one sad stream of migrating families, the women all carrying burdens on the head. 

In almost all cases each family carried with it an image of the Redeemer, a crucifix, a Mater Dolorosa, or some other token of their religious faith. All along the road-side were newly erected crosses, marking the graves of those who had fallen by the way in their weary pilgrimage. 

On many of these graves lay fresh garlands of flowers, and sometimes orphaned children were seen kneeling beside a cross. All who passed these crosses uncovered their heads with a feeling and reverence never seen in this country.  Nor was another touching scene much less frequent - a mother walking apart from all others, and bearing on a peace of board, upon her head, the body of her dead child dressed for the grave. 

Sometimes this simple funeral was followed by a single mourner - another child - whose pinched pale face and feeble limbs told that the mother would soon have another sad burden to bear to the lonely burial-ground. Nothing could convey another vivid impression of the abject misery and the desolation brought upon the land by war than the frequency of these mournful spectacles. 

The scene depicted by our artist was one of any depicted by the General M'Mahon on the journey allueded to above. It was toward evening and the long shadows of the mother and the child-mourner tottering after her forme the shape of a cross upon the dusty road - an incident happily preserved in our illustration.

CASTELLANO

LA MADRE PARAGUAYA
En la página 133 incluimos una ilustración dibujada por Sol Eytinger, a partir de un boceto del general M. MacMahon, ex ministro de los Estados Unidos en Paraguay, que representa una escena conmovedora observada frecuentemente por el general en sus viajes por esa tierra desolada y desgastada por la guerra. 
Al describir un viaje que hizo unos días después de una derrota del ejército paraguayo por las fuerzas aliadas, dice que el camino por el que viajó presentaba una triste corriente de familias migrantes, todas las mujeres cargando cargas sobre la cabeza. 

En casi todos los casos, cada familia llevaba consigo una imagen del Redentor, un crucifijo, una Mater Dolorosa o alguna otra muestra de su fe religiosa. A lo largo del camino había cruces recién erigidas, que marcaban las tumbas de los que habían caído en el camino en su cansado peregrinaje. 

En muchas de estas tumbas había guirnaldas de flores frescas, y a veces se veían niños huérfanos arrodillados junto a una cruz. Todos los que pasaban por estas cruces se descubrían la cabeza con un sentimiento y una reverencia nunca vistos en este país. 

No era menos frecuente otra escena conmovedora: una madre que caminaba apartada de los demás y llevaba sobre la cabeza, sobre un trozo de tabla, el cuerpo de su hijo muerto, vestido para la tumba. A veces, a este sencillo funeral le seguía un solo doliente, otro niño, cuyo rostro pálido y demacrado y sus miembros débiles indicaban que la madre pronto tendría que soportar otra triste carga en el solitario cementerio. 
Nada podía transmitir una impresión más vívida de la abyecta miseria y la desolación que trajo la guerra a la tierra que la frecuencia de estos tristes espectáculos.

La escena que retrató nuestro artista fue una de las que retrató el general M'Mahon en el viaje al que se alude más arriba. Era hacia el anochecer y las largas sombras de la madre y el niño que la seguía formaban una cruz sobre el polvoriento camino, un incidente felizmente preservado en nuestra ilustración.

AVAÑE' (Guarani)
La madre paraguaya *
Página 133-pe ñamoinge peteĩ ilustración odibujáva Sol Eytinger, oñemopyendáva peteĩ boceto general M. MacMahon, ministro paha Estados Unidos-gua Paraguáipe, orepresentáva peteĩ escena omomýiva py'i ohechakuaáva general oviaha jave upe yvy desolado ha desgastado ñorairõ rupive.

Omombe'úvo peteĩ viaje ojapóva mbovy ára derrota rire ejército paraguayo fuerzas aliadas, he'i tape ohasávape oĩha peteĩ corriente ñembyasy familia migrante, opavave kuña ogueraháva carga iñakã ári.

Haimete opa kásope, káda familia ogueraha hendive peteĩ Redentor ra’anga, peteĩ kurusu, peteĩ Mater Dolorosa térã ambue señal ijerovia religiosa rehegua. Tape pukukue oñemopu’ã pyahúva kurusu, 
omarkákuri tyvy umi ho’ava’ekue tape pukukue peregrinación ikane’õvape 

Heta koʼã sepultúrape oĩ guirnalda yvoty pyahu, ha sapyʼánte ojehecha umi mitã tyreʼỹva oñesũha peteĩ kurusu ykére. Mayma ohasáva ko'ã kurusu rupi odescubri iñakã temiandu ha reverencia araka'eve ndojehecháiva ko tetãme.

Ambue escena omomýiva ndaha’éi sa’ive ojejapóva: peteĩ sy oguatáva ojuehegui ambuégui ha ogueraháva iñakã ári, peteĩ tabla pehẽngue ári, ita’ýra omanóva retekue, oñemondeva’ekue sepulcro-pe g̃uarã. Sapy’ánte ko funeral simple rire oúkuri peteĩ ñembyasy añoite, ambue mitã, hova morotĩ ha ojedibujáva ha umi ipehẽngue ikangyva ohechauka pe sy pya’e ogueraha va’erãha ambue mba’e pohýi ñembyasy pe tupao korapy ha’eñohápe.
Ndaipóri mba’eve ikatúva ombohasa peteĩ impresión hesakãvéva pe abjeta miseria ha desolación oguerúva ñorairõ yvype pe frecuencia ko’ã espectáculo ñembyasy rehegua.

Pe escena ore artista ohechaukáva ha’e peteĩ umi ohechaukáva general M’Mahon pe viaje oñeñe’ẽva’ekuépe yvateve. Ka’arupytũ gotyo ha umi sombra puku sy ha mitã oseguíva chupe ojapo peteĩ kurusu pe tape yvytimbo rehe, peteĩ incidente oñeñongatúva vy’ápe ore ilustración-pe.

Nota importante:

* Todas as traduções usaram o Google Tradutor e foram corrigidas / ajustadas. A tradução para o guarani também usou o Google. Fiz diversos ajustes. Porém como ainda sou iniciante no guarani, deve ter falhas. Aceito correções, sugestões e melhoras. Inclusive para a frase aparentemente simples: The Paraguayan Mother, La Madre Paraguaya. A Mãe Paraguaia. Como você diria?     

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Susana e os anciões / Susana ha umi ansiáno (guaranime / en guarani)

DANIEL 13

 1 Babilóniape oiko peteĩ kuimba'e hérava Joacim.  2 Upéi omenda peteĩ hembireko hérava Susana, Quelcias rajy, peteĩ kuña iporãitereíva ha okyhyjéva Ñandejáragui. 3 Ituvakuéra hekojojáva avei, ha omboʼe itajýrape Moisés léi heʼiháicha. 4 Joacim ningo peteĩ kuimbaʼe ipirapire hetáva, ha oreko peteĩ hardín iporãva, ojoajúva hógape. haʼe oñemombaʼeguasuvégui opa ambuégui. 

 5 Upe áñope voi oñenombra mokõi tavayguakuéra yma guaréva haʼe hagua hués, Ñandejára oñeʼẽ haguéicha, pe mbaʼe vai ou hague Babiloniagui umi hués yma guarégui, haʼetévaicha oisãmbyhýva tavayguakuérape. 6 Koʼãva oñongatu heta mbaʼe Joacim rógape, ha enterove ou hendápe ideprovéchova. 7 Umi hénte oho rire asajepyte, Susana oho iména hardínpe oguata hagua. 8 Umi mokõi ansiáno ohecha chupe káda día oikeha ha oguata. upéicha rupi hembipota hendy hese. 9 Ha ombojere hikuái iñakã, ha omboyke hesa, ani hagua omaña yvága gotyo, ni imanduʼa hagua huísio hekojojávare. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Imagens e Lembraças da Peregrinação de Santa maría del Iguazú 2024

 

Camila Christ de Garuhape. Misiones
(Clique nas fotos para ampliá-las)


Foto da Missa Central (10h) celebrada pelos bispos de Puerto Iguazú e de Oberá. Foto cortesia da Diocese de Puerto Iguazú
s



Assista o vídeo: Canção oficial da Devoção a Santa María del Iguazú

Alô amigos das Região Trinacional RETRI, Três Fronteiras, Três Margens (Mohapy Rembe'y) etc. Ser Tri-fronteiriço não é fácil. Muita coisa a gente não sabe que existe. E quando descobrimos que existe, dá uma preguiça para ir lá e testar. Especialmente para profissionais e amantes da comunicação. Não há financiamento ou dinheiro. O transporte é difícil especialmente quando o comunicador não tem carro. O transporte público em cada lado da RETRI tem suas dificuldades e quando juntamos os três o problema é Tri. Para chegar até o Santuário da padroeira da Diocese de Santa Maria do Iguaçu e cobrir as atividades da peregrinação que já acontece há mais de 30 anos, passei pela minha própria peregrinação.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

O que é um "History Buff a quem o blog oferece informações?

 

A maneira que os búfalos (e bisões) se juntam no frio inspirou os bombeiros a apelidar os curiosos de "fire buffs" (Smithsonian Channel)


O historiador é um profissional formado por uma universidade. Já o que os americanos chamam de "history buff" é um conhecedor de história porque ama a história, viaja para aprender história, gasta seu dinheiro comprando coisas ligadas à história. Por isso o ditado, "Não se treina um "buff", ele nasce" (A buff is not trained, but born / Robert W. Masters, 1967).

O termo "history buff" é quase um "bullying". E não nasceu na área da história. Nasceu nos quartéis de bombeiros dos EUA especialmente Chicago e Nova York. Uma das boas coisas dos Estados Unidos é a oportunidade para a fábrica de hobbies que viram paixão. Observar passaros, observação astronômica, observação e catalogação de cachoeiras e cataratas, a paixão por aviões e a fotografia em aerportos (todo aeroporto sério deixa uma área para a bisbilhotagem aeronáutica) e neste caso, a paixão pelo trabalho dos bombeiros. Os praticantes deste hobby tinham radios de várias faixas de preço sintonizados na frequência de bombeiros. Muitas vezes quando os bombeiros chegavam no local do sinistro, eles já estavam. 

No inverno, às vezes cobertos de neve vestindo uns casacões enormes e amontoados para compartilhar o calor eles eram vistos pelos bombeiros. 

Um dia, um bombeiro disse: parecem uns búfalos amontados no frio. Pronto a imagem pegou. Fã das artes bombeiras ganharam o nome de búfalos. Mas apelido para ser bom tem que ser abreviado. 

Então de "buffalo", passou para "buff". Para diferenciar de búfalos do campo, o apelido completo ficou "fire buffs" - ou búfalos do fogo. 

Muita gente ganhou dinheiro escrevendo artigos e guias para fire buffs, discussão de equipamento etc. Na teoria, buff pode ser usado para qualquer fã. Mas ninguém sabe porque, a categoria que herdou o nome foi a galera dos amantes da história. Para esses, o nome ficou History Buffs e é para estes buffs que eu decidi criar este Travel Log (diário de Viagem). De alguma maneira me identifico com os history buffs, sem treinamento universitário e não muito impressionado com a história oficial. 

Turismo: herdeiro dos buffs

O grupo que parece ter herdado esse nome foram os turistas em longas viagens ou em suas próprias comunidades caçando história. Eles visitam campos de batalha, vão ver arqueólogos trabalhando no campo, vão ver cidades antigas. Daí viraram os "history buffs". Por isso os municípios e estados que possuem história, devem pensar nos "buffs" e se prepararem para atendê-los. Eles nem sempre são professores de história ou historiadores. Eles são curiosos e amantes da história. São amadores sem significar que são "jecas". Dê um olhada no Google  em inglês e pesquise: history buff tours, por exemplo.   Amantes de futebol podem ser torcedores (hinchas), quem gosta de fotografar e corujar a vida privada de  aviões em aeroportos são "spotters", quem viaja para observar pássaros são "birdwatchers" ou "twitchers" "birders", passarinheiros ou ainda "pajareros" em espanhol. Quem bate pernas para aprender história e entender o mundo são os "History Buffs". 

Há quem viaje para ver eclipses, ou observar os céus, UFOS entre outras e há "history buffs" procurando a história de todos eles por exemplo: lugares históricos onde começou a observação de aves. Quem inventou o primeiro livro de pássaros aí você pode querer conhecer o ateliê de Roger Tory Peterson. Será que preservaram? Se não preservaram como vamos saber a história dele e do hobby? E aproveitando, lembramos que no dia 28 de agosto de 2023 (este mês), o espaço cultural no link acima celebrará o 115º aniversário do nascimento de Roger Tory Peterson.   

O que você encontra neste blog  

Ofereço ideias de aventuras para history buffs na América do Sul por uma visão especial que adquiri ao longo da vida. Por esta visão e em relação a este blog, eu escolhi um tema: os jesuítas em geral na América do Sul. Na realidade, não na América do Sul inteira mas sim na parte da América do Sul que está dentro das Bacias Amazônica e do Prata. Essas são minhas bacias. Vivi e vivo dentro delas e elas são extensas

Na Bacia do Prata, dividida em duas partes, este Travel Log destaca 1) os remanescentes dos 30 Povos das Missões Jesuítico-Guaranis dependentes de Assunção e 2) os 10 Povos originados das Missões Jesuítico-Chiquitanas da planície boliviana ligadas às terras pantaneiras no Departamento de Santa Cruz, o maior do País, dependentes na época do vice-reinado do Peru.

E na Bacia Amazônica?

De novo, na Bolívia. No Departamento de Beni por onde correm os rios que viajam em direção aos rios  Madeira e Mamoré além no rio Guaporé. Todos compartilhados com o Brasil no Estado de Rondônia. 

    

Padre Samuel Fritz 

No rio Amazonas (Solimões) minha atenção se volta para o que se chama de Alto Solimões na antiga área de disputa entre Portugal e Espanha. 

Tabatinga, Amazonas começou de uma escola jesuita seguida por um forte militar dedicado a São Francisco Xavier. Jesuítas, espanhóis e  e portugeses na Amazônia, autores das fronteiras atuais. O nome de destaque aqui é o do padre Samuel Fritz.  Ele foi o autor do primeiro mapa de navegação do Rio Amazonas.

 Jackson Lima, Jornalista de Turismo / Tourism Writer / Tetã Jehechauka Haihára

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segunda-feira, 17 de junho de 2024

O livro "A MIssão" que deu origem ao roteiro do filme rodado em parte nas Cataratas do Iguaçu

 

O filme " A Missão" escrito por Robert Bolt (1924 - 1995) nasceu deste livro pelo mesmo autor. O livro  serviu de base para o roteiro do filme estreado por Robert  de Niro, com Jeremy Irons e Ray McAnally entre outras estrelas. O filme é considerado um "monumento cinematogáfico". 
Para quem mora em Foz do Iguaçu, Puerto Iguazu, nas Três Fronteiras ou em qualquer uma das 30 cidades da Argentina, Brasil e Paraguai que fazem parte dos 30 Povos das Misões, o filme é obrigatório. 
A Trilha sonora foi composta pelo compositor Ennio Morricone. A trilha deve ser parte da experiência de todos os fãs da história ligada aos jesuitas, à colonização e a construção tortuosa dos países do Novo Mundo.           

O padre Gabriel, músico hábil com seu Oboé é ligeiramente inspirado no padre jesuíta Roque Gozález de Santa Cruz, hoje São Roque Gonzalez. A Missão nas Cataratas, mostrada no filme se inspira na Missão de São Miguel Arcanjo, hoje no Rio Grande do Sul e mistura a história da missão de São Miguel com missões anteriores entre 1610 e 1639 destruidas  no atual Paraná (ex-Guairá) na zona de influência de Paranapanema e sem dúvida a Santa Maria la Mayor fundada nas Cataratas no século anterior. 
Outra inpiração para o filme foram as guerras jesuíticas decorrentes do Tratado de Madri. Pode-se ver que Roberto Bolt, professor de história até consagrar-se como roteirista, era um pesquisador desta parte da historia do mundo. 
O filme aparece na lista de Filmes Importantes do Vaticano na categoria "religioso". Super recomendado. Você já assisitiu o filme? Já ouviu as músicas de Morricone que tentou e conseguiu criar as músicas jesuitas. 
Há uma histótia interessante sobre o movimento que a pesquisas de Morricone inspirou e achados importantes. Mas isso virá logo, logo.         

Um Santo Católico nas Cataratas do Iguaçu, valeria um filme

Um santo católico que conheceu as Cataratas San (São) Roque González de Santa Cruz na Igreja Matriz da Paróquia San Lucas, Ciudad del Este P...