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terça-feira, 13 de junho de 2023

Às vezes me pergunto: por que escrevo?

 Eu escrevo sobre tudo porque tenho curiosidade sobre tudo. Eu tenho fixação com o humano, seja homem ou mulher, criança, adolescente  ou idoso. Milagres humanos como a fala, o aparelho fonador individual, a cabeça simbólica, as mãos formadas por quatro dedos que vão em uma direção e um que vai numa direção chamada “opositora” são coisas que me fascinam.  

O caminhar ereto, isso me chama tanto a atenção que busquei conhecer tradições indígenas vidradas nesse tema. Como o humano se levantou, deixou de andar com quatro patas e passou a andar de pé? Daí, tudo o que o humano conseguiu fazer, desde uma agulha para costurar e pregar um botão até um avião da família 747.

Me espanto com a capacidade cerebral, o que produz sentimentos e como o sentimento via emoção faz águas físicas brotarem dos olhos? Coisas difíceis de explicar para um extraterrestre. Daí vem as raças, as milhares possibilidades de mistura de cores e tons; tons de branco, tons de negro, tons de cinza, tons de tudo.

Gosto de olhar fixamente para o humano. Algumas manias vêm desde minha maravilhosa época de estágio como criança. A primeira coisa que olho, quando preciso descrever uma mulher, por exemplo, é a sobrancelha. A sobrancelha diz muito sobre, primeiramente, a mulher. Aplica-se ao homem também. Talvez seja por isso que eu não tenho sobrancelhas. Logo passo para o nariz, a próxima área, nas mulheres. O conjunto sobrancelha, olhos nariz foi a base para o meu entendimento e criação imagética, semiótica do que seria uma mulher. As outras diferenças pesaram pouco.

E os homens? Para o meu eu criança, o destaque que chamava a atenção no homem era o formato da cabeça. São coisas de criança mas ainda hoje, de vez em quando, eu sinto uma vontade de descrever a cabeça de alguém. A cabeça é fantástica. É coisa de outro mundo.

Minha próxima área de atenção chama-se pés. Todos os pés que apareçam na minha frente, possam ter certeza, são examinados e a primeira coisa que faço segundo o meu protocolo é contar os dedos.

Se eu vou a uma maternidade, conhecer um recém nascido, conto os dedinhos. Conto e reconto primeiro de um pé, depois do outro.  É como se eu não tivesse certeza que todo o pé tem cinco dedos e não me pergunte o que é que eu procuro. Não procuro nada.

Como jornalista, já fui a lançamento de sapatos de grife onde foram apresentados diversos modelos, especialmente aqueles de saltos altíssimos que faz aumentar a estatura física da modelo. Cada pé que passava na passarela eu olhava os sapatos, tentava contar os dedos. Não é fácil. Mas consegui conferir alguns pés: Luíza Brunet, por exemplo em um desfile. 

Resumindo, continuarei escrevendo enquanto for curioso. Isso me dá forças para pesquisar, buscar, encontrar e peneirar coisas. Para mim, uma criança não é uma criança, um adulto sem graça não é só um adulto e um idoso não é um ser humano próximo ao fim do prazo de validade. Todos são parte de um mistério. O adulto sem graça é aquele que está na faixa para a qual não existe um estatuto específico. Há estatuto da criança e do adolescente e há estatuto do idoso mas não existe um estatuto dos 30 ao 60. Ou esta faixa sabe tudo ou está abandonada. Tenho muita curiosidade sobre a carga que esta faixa etária e de vida carrega. 

Assim sejamos curiosos. O que você faz? Conta dedos? Esqueci de mencionar as orelhas, às vezes penso que elas ocupam muito espaço. O nariz também, acho estranho. Mas como não posso me meter nos assuntos de design do criador fico anotando e escrevendo.   



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