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quinta-feira, 22 de abril de 2021

Uma biografia do professor Stawiarski: ou melhor três gerações de Stawiarskis (3)

Professor Stawiarski da Seção de Assistência ao Ensino (SAE) do Museu Nacional com a mão na massa. O SAE foi o primeiro setor educativo de um museu brasileiro, criado em 1927 por Edgard Roquette-Pinto (foto Museu Nacional)

O professor Victor Stawiarski nasceu em Orleans, Santa Catarina
em 22 de julho de 1903. 

O pai dele Gaudentis Stawiarski era polonês da cidade de Czestochova (Częstochowa), Polônia, terra da Nossa Senhora de Częstochowa, padroeira da Polônia que conta com um grande número de devotos no Brasil. A mãe do professor Stawiarski, se chamava Ursula Bússollo, natural da Itália.

Gaudentis fugiu para a França para não servir ao exército da Polônia, na época  ocupada pela Rússia. Na França, Gaudentis  adotou o nome de Etienne.
Em Paris morou por dez anos onde se formou como engenheiro agrimensor.  Segundo o neto dele, o Dr. Luiz Cláudio Stawiarski, residente em Brasília, em Paris ele frequentou ambientes de intelectuais onde conheceu nobre francês L
uis Filipe Maria Fernando Gastão, o Conde D’Eu, que entrou na história do Brasil após casar-se com a princesa Isabel Cristina o que transformou o Conde d'Eu em príncipe consorte do Brasil. Foi do Conde D'Eu que partiu o convite para o jovem engenheiro agrimensor viesse ao Brasil para fazer a demarcação da Colônia Grão Pará, que após a proclamação da República passou a ser a colônia Orleans, origem da atual cidade de Orleans em Santa Catarina*. 

Victor, o filho nascido em Orleans, teve duas irmãs: Olimpia e Tereza. Foi estudar no Rio de Janeiro – Colégio Batista. Depois, para atender a vontade de seu pai entrou para a Escola Politécnica, posteriormente denominada Escola Nacional de Engenharia, profissão que nunca exerceu. Em seguida, atendendo a sua verdadeira vocação foi para os Estados Unidos onde estudou na George Peabody College for Teachers, hoje parte da Universidade Vanderbilt em Nashville, Tenessee. Lá estudou por dois anos tendo se graduado em biologia, zoologia , botânica e entomologia entre outras. Ele saiu de lá portando o título de Master of Arts. Voltando ao Brasil trabalhou como professor no Colégio Batista onde
havia estudado. 

Nessa época conheceu Maria Magdalena Com quem veio a
se casar e tiveram dois filhos: Paulo Victor e Luiz Cláudio. Posteriormente
foi nomeado para trabalhar no Museu Nacional como Professor e
responsável pela Divisão de Assistência ao Ensino (
DAE). Trabalhou no
Museu por trinta anos tendo se destacado, além das aulas de biologia (entomologia) também pelas aulas de educação sexual e egiptologia.
 

 Pigydium stawiarski - um cascudo do rio Iguaçu (Catfish Database)

A família do professor possuía uma fazendo no Paraná, não muito longe da área onde foi descoberto o megatério. Segundo o Dr Luiz Cláudio Stawiarski, filho do professor, nas proximidades da fazenda, o professor descobriu três espécies e um gênero. as espécies foram Automeris stawiarski (uma mariposa) e  Pygidium  stawiarski (um peixe cascudo do rio Iguaçu) e a  Pyllostilis  stawiarski (uma praga da  bracatinga. O gênero foi Victor victius, conhecido como pseudo escorpião embora seja tecnicamente uma aranha. 
 

Pioneiro no Paraná

De acordo com o biólogo e paleozoólogo David Dias da Silva, da UFPR, em seu trabalho "Os Xenarthra Pleistocênicos do Estado do Paraná", o professor Stawiarski foi responsável pela  primeira citação de mamíferos pleistocênicos para o Estado do Paraná, o megatério  encontrado em Porto Vitória. David Dias destaca que o conhecimento do Paraná sobre a mastofauna do pleistoceno ainda é incipiente. Até o presente, afirma, são conhecidos representantes de nove espécies de mamíferos pleistocênicos (seis ordens), cinco dessas espécies foram coletadas no interior de cavernas dos calcários do Grupo Açungui. Em 1975, pesquisadores revisaram a literatura e reclassificaram o megatério de Porto  Vitória como sendo a espécie Eremotherium rusconii (Schaub, 1935) a qual, segundo, Paula Couto parece ser a única espécie sul-americana.  

* O professor Stawiarski faleceu em Brasília no dia sete de dezembro de 1979. A Biblioteca Histórica Etienne Stawiarski, do pai do professor Victor Stawiarski se encontra no complexo Museu Casa de Pedra em Orleans (SC).  Logo, liberaremos uma postagem sobre a região de Orleans e sua história, cultura e belezas naturais.


 


domingo, 18 de abril de 2021

Faz 92 anos: Colono alemão descobre fósseis de uma preguiça gigante no quintal de casa em Porto Vitória (1)

Megatério, um antecessor da preguiça do tamanho de um elefante

Porto Vitória, cidade de menos de 5 mil habitantes no Sul do Paraná  cujo nome nasceu do cruzamento dos nomes de Porto União (PR) e União da Vitória (SC) é uma das nove cidades que fazem parte da mais nova Região Turística do Paraná, a RT 15. Porto Vitória pode reivindicar para si o título de capital paranaense da paleontologia pois foi nela que em 1929, foi descoberta a ossada de uma preguiça gigante, animal batizado como "Megatério".   

Os eventos que colocam Porto Vitória nessa categoria aconteceram entre  1929 e 1935. O que aconteceu foi o seguinte: em 1929 foi descoberto, nas terras de um colono alemão chamado Otto Bayer, os fósseis de um megatério ou preguiça gigante que viveu há, pelo menos 12 mil anos e que tinha o tamanho de um elefante. Mas foi só em 1935 que o biólogo e professor catarinense de Orleans (SC) Victor Stawiarski, ligado ao Museu Nacional no Rio de Janeiro chegou às terras de Bayer para escavar e analisar o material que mais tarde foi levado ao Rio de Janeiro. 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Estivemos fora do ar mas já estamos voltando!

Olhando para atrás, não posso crer que não postei nada este ano. O motivo é simples. Fui uma das mais de 20 milhões de pessoas no mundo que "pegaram" a Covid. Sobrevivi. Mas quando se volta de uma doença como o Covid a gente precisa de tempo para voltar a viver. Coisas simples como sentar para escrever, levantar para descansar as pernas entre outras são muito difíceis. Mas agora, sem explicar como e nem desde quando, amanheci com vontade de volta a produzir. Estou de volta.    

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Terra do Nunca - Republicando e mantendo a lembrança de uma grande "matéria" sobre Foz do Iguaçu. Confira o que mudou!

Foz do Iguaçu parece uma cidade imaginária. Mas se, para os turistas, ela se resume a cataratas e compras, para os mais observadores, é a nossa babel, com uma diversidade étnica digna das grandes metrópoles mundiais



 

Por Marcio Fernandes Publicado em 14/08/2007, às 16h22 - Atualizado em 20/02/2013, às 14h59

Uma enigmática comunidade que mistura pesquisa material com parapsiquismo, e que já tem 1,6 mil adeptos, está se formando em Foz do Iguaçu, uma complexa cidade no oeste do Paraná, encravada em uma ainda mais intrincada Tríplice Fronteira, que envolve Brasil, Paraguai e Argentina. O Centro de Altos Estudos da Conscientologia (Ceaec) é a estrutura mais visível da Projeciologia e da Conscientologia, autodefinidas como duas neociências, mas que, para muitos por ali, estão mais para conteúdos de uma seita que já se espalha pela América, Europa e Ásia. Para completar o cenário alternativo do Ceaec, seu líder é um sujeito com duas graduações na bagagem, na área médica, além do trunfo de ter sido parceiro do médium Chico Xavier por 10 anos. Waldo Vieira, 75 anos, mineiro, médico, dentista, dono de uma biblioteca de 65 mil volumes, é o líder do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), um guarda-chuva para um crescente número de organismos e pessoas em busca de experiências de toda espécie - paranormalidade está na lista. Ele é daqueles que, antes mesmo de apertar firme sua mão, abrem um enorme sorriso e chamam, em tom de brincadeira, para uma queda-de-braço, para comprovar disposição. O homem é uma metralhadora verbal e adepto das experiências quase-morte, que responde antes de a pergunta ser finalizada, que diz estar subvertendo os paradigmas vigentes da Sociologia e da Antropologia e que seus detratores têm é dor-de-cotovelo. Algo e alguém assim só mesmo em Foz do Iguaçu.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

A história dos picolés com sabores da Mata Atlântica: Oficina do Sorvete e Parque das Aves abrem caminho para os Sabores do Iguaçu

 Série Associados do Visit Iguassu*

Plantação de "palmito Juçara", açaí da Mata Atlântica** no entorno do Parque Nacional do Iguaçu

"Picolés com Sabores da Mata Atlântica como   butiá, erva mate, açaí de juçara e jabuticaba são vendidos em 15 estabelecimentos de Foz incluindo Parque das Aves, Macuco e Complexo Turístico Itaipu"
Adelcio Celestino Freire, com o açaí do sul na balança
Até recentemente, picolés e sorvetes de frutas brasileiras em Foz do Iguaçu, não tinham nada de diferente do que é oferecido na maioria das capitais brasileiras. Estavam na lista laranja, mamão, abacaxi, coco, caju entre outros. Hoje a situação é diferente e Foz do Iguaçu já pode aspirar à lista de cidades inovadoras  com criações e novos sabores regionais. 

sábado, 26 de setembro de 2020

Inesquecível: De Foz do Iguaçu e Puerto Iguazu para Barracão via Andresito. Da Tríplice Fronteira para a Fronteira Trigêmea


Marco de divisa Paraná - Santa Catarina em Dionísio Cerqueira, inaugurado em  1920, celebra fim de conflito que custou 20 mil vidas
 

Elas podem ser chamadas de cidades gêmeas ou de cidades tri-gêmeas. São chamadas de cidades gêmeas quando se tem em mente somente as duas cidades que estão no lado brasileiro e que ocupam a pontinha da extremidade Oeste-Sudoeste do Paraná e Santa Catarina: Barracão e Dionísio Cerqueira. As duas cidades brasileiras são tão ligadas entre si, que lembram mais a duas irmãs siamesas. Igual a irmãos siameses, alguns órgãos das duas cidades são compartilhados. 

Por exemplo: a Associação Comercial que fica na linha divisória dos dois estados brasileiros e a poucos metros da linha que as divide da irmã misionera – que dizer Argentina. Outro órgão que só uma das cidades tem é o passo de fronteira oficial. 

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Conheça os blogs de Jackson Lima que complementam este blog

Apresentando o Canal You Tube do Blog Jackson Lima – Este canal tem várias playlists. Elas são divididas por assuntos:  Aulas básicas de Guarani em português para brasileiros. Guarani  é uma das línguas oficiais do Paraguai e do Mercosul junto com português e espanhol. Aulas básicas de português brasileiro, especialmente a pronúncia, para quem fala castelhano e para quem fala inglês. O canal tem várias playlists. Para ver o conteúdo, depois de abrir clique em Playlists na parte superior para escolher. Há "playlists" dedicadas ao:

1) Turismo, cultura e natureza 

2) Ecoespiritualidade e

Proposta no ar: IPG em vez de PIB

Li recentemente aqui que executivos americanos embolsaram milhões de dólares antes da crise financeira. Me lembrei de um especialista gaúch...